A IA (inteligência artificial) está em alta desde 2022, com o lançamento para o público do ChatGPT, chatbot da OpenAI. Ela tem muitas vantagens, pois analisa processos de criação de roteiros e imagens, criação ou depuração de códigos, dá respostas diretas às perguntas, porém pode também acabar com a internet alimentada por pessoas caso não seja usada com cautela.
O lançamento do ChatGPT pressionou empresas de tecnologia menores e até as gigantes, como Google, Meta, Reddit, Twitter e etc. A Microsoft em si, outra gigante, saiu na frente na corrida da IA pois fez parceria com a OpenAI para o desenvolvimento do ChatGPT. Já as outras empresas, como seu maior concorrente, o Google, foram pegos de “surpresa” e ainda não sabem ao certo o que fazerem.
A Microsoft fez parceria com a OpenAI principalmente para tentar bater o Google, que lidera o ramo de buscadores online por décadas. Ela adicionou a inteligência artificial do ChatGPT a seu buscador, o Bing, para exibir respostas rápidas aos usuários e de forma similar ao que um humano daria.
Com isso, muitos usuários podem não ver necessidade de acessar algum site dos resultados para se aprofundarem nas respostas. Isso tem o lado positivo, pois agiliza o processo de busca, porém pode minguar os acessos dos portais que dão essas respostas. Mesmo que a IA consiga resumir de forma impressionante o que o usuário busca, ela precisa de fontes para aprender sobre os assuntos, e nos mais dinâmicos, precisa de fontes atualizadas.
Caso os portais que falam sobre os mais variados assuntos buscados na internet percam a maioria dos acessos atuais, muitos serão simplesmente expulsos da internet, pois pouco ou nenhum acesso é igual a não monetização. Assim, seria inviável aos administradores e criadores manterem seus portais e consequentemente a IA ficaria com respostas atualizadas limitadas.
Essa possível realidade é analisada conforme as principais formas de monetização de portais, como a divulgação de anúncios internos. Essa forma de monetização foi popularizada pelo Google e mantém milhares de portais de notícias, desde os pequenos até os grandes. O maior dilema do Google é justamente quanto a isso, ele está pressionado para publicar um sistema com IA avançado, porém precisa ter cuidado para não tirar a relevância dos links nos resultados, considerados sua maior riqueza.
A precaução do Google na adição da IA nas buscas
Quando um usuário realiza uma busca no novo Bing por meio da IA, uma resposta resumida é dada acima de todos os resultados, sem que seja realmente necessário acessar nenhum portal. Isso sem dúvidas adicionou um novo e grande recurso ao buscador, porém dá menos relevância aos sites.
Muitas pessoas acreditaram que essa novidade seria o fim do Google ou que a empresa teria que lançar rapidamente uma atualização de seu buscador alimentado com IA para se manter no topo. Por mais que tenha tentado não se demonstrar ameaçado, o Google não conseguiu esconder isso. Logo que o novo Bing com IA foi disponibilizado, ele anunciou o desenvolvimento do Bard, um concorrente ao ChatGPT para ser integrado a seu buscador.
O Google com a IA do Bard ainda está em testes, e conforme apresentação de Liz Reid, vice-presidente de pesquisa da empresa, na conferência anual de desenvolvedores, Google/IO, o sistema será diferente do Bing com IA, para tentar manter a relevância dos links nos resultados. O nome para desse novo recurso é batizado de Search Generative Experience (SGE)
Reid demonstrou o funcionamento da plataforma com os novos recursos no blog oficial da empresa, onde pesquisou por “O que é melhor para uma família com crianças menores de 3 anos e um cachorro, Bryce Canyon ou arches [locais turísticos nos EUA]?”. Os resultados mostraram os 10 links convencionais da primeira página, porém com uma área retangular acima deles com o aviso: “IA Geradora é experimental”. Pouco tempo depois, um resumo por inteligência artificial é apresentado, onde os benefícios e demais características de cada local são destacados e com 3 sites fontes para o usuário.
O Google está contente com a forma em que seus resultados são exibidos atualmente, onde é possível utilizar textos, voz e imagens para fazer as perguntas. Foram mais de 25 anos para chegar no atual estágio do buscador, e muda-lo completamente irá afetar não só as receitas da empresa, mas a da internet mundial como um todo. Não há como fugir da revolução da IA, porém a empresa está cautelosa para lançar a atualização de seu buscador alimentado por inteligência artificial de forma que não afete drasticamente ela e as fontes online, seu maior tesouro.
Ou seja, para a IA dar respostas, ela precisa aprender com pessoas. Para que essas respostas sejam precisas, é necessário harmonia entre as duas partes, onde milhões (e até bilhões) de pessoas que ensinam a IA todos os dias (criadores de conteúdo) não podem ser descartadas. Caso isso acontecesse, esse certamente seria o fim da IA generativa e também da internet.
Sou apaixonado pela tecnologia e acompanho de perto as grandes transformações dos computadores, smartphones e demais aparelhos inteligentes. Por isso, estou sempre atrás das novidades na área, especialmente sobre produtos. Aqui no TeorTech, uni essa paixão com meu gosto por escrever, também alimentado pelos quase 15 anos de experiência em criação de sites, para ajudar os visitantes na descoberta tecnológica.
Contato pessoal: