Exoplaneta a 31 anos luz da Terra é rochoso e tem características essenciais para ser habitável. Essa é uma descoberta muito importante porque embora milhares de exoplanetas tenham sido descobertos pelos astrônomos, pequena parcela deles são rochosos.
Representação artística da possível superfície de Wolf 1069 b: NASA/Ames Research Center/Daniel Rutter
Atualmente cerca de 5200 exoplanetas foram descobertos, do total, apenas 200 deles são compostos por rochas. O planeta recém descoberto e que atraiu a atenção de astrônomos de todo o mundo é o Wolf 1069 b.
A equipe que o encontou é composta por 50 pessoas e eles descobriram que ele orbita uma estrela anã vermelha e está a apenas 31 anos-luz da Terra. O Wolf 1069 b é muito especial porque tem 1,08 o tamanho da Terra e 1,26 da massa. Além disso ele orbita em uma zona habitável da estrela, o que torna possível a existência de água em estado líquido.
“Quando analisamos os dados da estrela Wolf 1069 b, descobrimos um sinal claro e de baixa amplitude do que parece ser um planeta com massa aproximada da Terra.”, “Ele orbita a estrela em 15,6 dias a uma distância equivalente a um 15º da separação entre a Terra e o Sol.” informou Diana Kossakowsk, astrônoma do instituto Max Planck, na Alemanha. Ela também é líder da nova pesquisa sobre Wolf 1069 b.
O período orbital do planeta recém descoberto é de apenas 15,6 dias, isso porque ele orbita uma estrela anã vermelha. Esse tipo de estrela é muito menor que o nosso Sol, por exemplo. A radiação que Wolf 1069 b recebe de sua estrela é cerca 65% a que a Terra recebe do Sol. Isso significa que a temperatura na superfície varia entre -95,15 graus Celsius e 12,85 graus Celsius, tendo média de menos 40,14 graus Celsius. Essa variação torna a habitabilidade possível, tornando esse exoplaneta um dos principais quando o assunto é a chance de vida no espaço.
Uma característica peculiar do Wolf 1069 b é que fica preso na sua estrela. Isso quer dizer ele fica sempre com a mesma face voltada para a estrela-mãe. Esse movimento é similar ao da maioria dos exoplanetas em torno de estrelas anãs e da Lua com a Terra. Mesmo que não exista o ciclo dia e noite, os pesquisadores responsáveis por decifrar as características do planeta acreditam que ele pode ser habitável.
Wolf 1069 b foi descoberto utilizando o espectrógrafo Carmenes, que tem 3,5 metros e está instalado no Observatório de Calar Alto, na Espanha.
“Quero destacar o incrível esforço da equipe internacional reunida para descobrir um planeta tão fascinante” , “Como primeiro autor, considero-me o ‘gerente de projeto’ da descoberta do planeta, onde consigo reunir as mentes mais brilhantes da área para alcançar algo grandioso. Todos trazem seus próprios conhecimentos para a mesa, e sem eles , a descoberta não seria possível. A astronomia é um esforço colaborativo – somos muitos com o mesmo objetivo em mente de continuar a busca por planetas mais interessantes por aí.” disse Kossakowski ao site space.com e-mail.
Wolf 1069 b é o sexto exoplaneta com zona habitável com massa próxima da Terra. Sobre a possibilidade de vida no planeta e suas reais condições, Kassakowski acredita que ainda pode levar um certo tempo. “Provavelmente teremos que esperar mais 10 anos para isso” , “Embora seja crucial desenvolvermos nossas instalações, considerando que a maioria dos mundos potencialmente habitáveis mais próximos são detectados apenas pelo método RV (velocidade radial)”.
“Descobrimos que Wolf 1069 b não é um planeta em trânsito e, por esse motivo, não seremos capazes de caracterizar ainda mais sua atmosfera usando o método de espectroscopia de transmissão (como está sendo feito atualmente para planetas em trânsito usando, por exemplo, JWST (James Webb Space Telescope)” , “Caracterizar as atmosferas de planetas detectados apenas por RV é absolutamente crucial, já que muitos desses mundos intrigantes que estão mais próximos de nós também são detecções apenas por RV. Isso acontecerá na próxima década (ou duas ou três) com tecnologias mais recentes, então fique atento – talvez nossos netos nos experimentem encontrando vida em outro planeta.”, finaliza Kossakowski.
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