Uma publicação do YouTuber Serpentza que afirma ter 10.000 carros elétricos abandonados na China, sendo vários deles novos, viralizou na web mês passado.
Isso chama a atenção pois os carros elétricos são a principal tendência em se tratando da tecnologia atual no mundo automobilístico. Praticamente todas montadoras tradicionais focam seus esforços no desenvolvimento de veículos eletrificados, até mesmo para substituir seus modelos com motor à combustão.
Além disso, montadoras mais novas e que focaram nesse segmento ganharam muito espaço em vários mercados, como é o caso da Tesla e da BYD. Com a corrida da eletrificação a todo vapor, a enorme quantidade de carros elétricos em bom estado aparente estar jogada às traças gerou especulações.
A possibilidade mais corriqueira e que foi citada pela publicação de julho, é que esses veículos foram registrados para fraudar o número de vendas dos EVs, com o desejo de inflar o mercado. Outra hipótese comum é que esses carros são unidades com desempenho ou autonomia muito inferior do padrão, isso porque a tecnologia dos motores elétricos ainda é recente, o que abre margem para mais falhas.
Como essas são apenas possibilidades e não a resposta, o responsável pelo canal Inside China Auto, no YouTube, se dirigiu até o pátio, localizado em Hangzhou, com o intuito de avaliar os carros abandonados para descobrir o que realmente aconteceu.
O que foi constatado no suposto pátio de 10.000 carros elétricos abandonados
Segundo o canal, ao analisar o local foi percebido que não se trata de 10 mil carros elétricos jogados fora, mas sim algo que varia entre 150 e 200 unidades. A investigação também constatou que esses veículos não são novos, alguns tendo 2 anos de uso, e a maioria com 5 ou 6 anos, com marcas de uso normal e muitos tendo batidas de acidentes aparentemente graves.
Entre os modelos, são encontrados alguns de marcas tradicionais como Volkswagen, Audi e Toyota. Foi visto também que muitos deles são da BAIC e tem adesivos de companhias, como de táxi e da Uber. Esses se tratam de modelos fabricados em 2017, usados principalmente em serviços de compartilhamento pagos conforme o uso.
Esse último fato é relevante pois em 2016 começou a surgir na China muitas empresas para aluguel de e-bikes, que são as bicicletas elétricas. Logo a população do país percebeu que elas são uma opção viável aos carros elétricos, pois tem custo de manutenção baixo, não necessitam de muito espaço para estacionar e podem chegar ao destino rapidamente em horário de pico, quando o trânsito é muito lotado em grande parte das cidades chinesas.
Assim, as vendas e aluguéis de EVs, que estavam em alta no país, tiveram queda repentina, o que fez algumas empresas de compartilhamento veicular pedirem falência e abandonarem seus veículos.
Com isso, o Inside China Auto refuta o fato de que montadoras chinesas abandaram milhares de carros elétricos novos, seja para fraudar o número de vendas ou porque são unidades defeituosas.
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