Muito se fala sobre a Web3, que possibilita aplicações descentralizadas e possibilita a criação de plataformas imersivas revolucionárias, mas ainda não temos muitos exemplos populares sobre ela.
Essa é a revolução da internet como conhecemos, e mesmo que não seja tão palpável para áreas fora do entretenimento nos dias de hoje, está em pleno desenvolvimento e foi explicada em o que é a Web3. Para esclarecer como essa nova era está sendo desenvolvida, escrevo a seguir sobre as principais atividades atualmente.
Metaverso
O metaverso é um dos principais pontos da revolução da internet. Nele é possível ter uma identidade virtual com aspectos profissionais, amorosos e demais relações humanizadas por meio de gráficos ultra-realistas vistos pelo usuário com o uso de óculos de realidade virtual.
Um dos grandes desafios para sua propagação é a criação de plataformas e sistemas com gráficos e sons realistas ao ponto do usuário praticamente acreditar que o que ele vê é real. Além dos desafios de programação, os hardwares, como óculos de realidade virtual e computadores que emulam as plataformas precisam ter os requisitos avançados para reproduzirem os gráficos pesados e funcionalidades possíveis. Esse é um problema porque esses equipamentos costumam ser caros, criando uma barreira a ser quebrada para popularidade do setor.
Um dos principais exemplos de plataformas que desenvolvem negócios amplos no metaverso é a Horizon Worlds, da empresa Meta. Nela é possível fazer reuniões, jogar ou explorar o amplo mundo com amigos. Ela é proposta para pessoas maiores de idade e que tenham o óculos de realidade virtual Quest 2 e está aberta para inscrições desde outubro de 2022.
Jogos
Já os jogos com conceitos da Web3 atualmente prometem converter as conquistas feitas pelos usuários em dinheiro (moedas) de verdade. Para essa conversão, as criptomoedas são utilizadas, que quando conquistadas pelo usuário, deverão ir para carteiras pessoais em corretoras de criptoativos (exchanges), como a Binance.
Um dos primeiros jogos com essa característica é o Axie Infinity, que é um jogo de cartas que possibilita que os usuários conquistem (farmem, entre os gamers) itens que são trocados por criptomoedas via blockchain. Esse tipo de jogo ganhou muita popularidade desde 2020, porém nenhum deles ainda é sustentável financeiramente para todos os jogadores, mesmo que dediquem horas por dia.
Isso se dá principalmente pelo fato desses jogos ainda terem intervenção direta das produtoras. A intervenção mais comum é que elas possibilitam a evolução dos personagens via compra de itens com moedas fiduciárias, para assim obterem lucro direto para elas, sem repasse aos jogadores.
Outro jogo que obteve muita atenção entre jogadores devido as propagandas e promessas de ser um jogo via blockchain que possibilitaria ganhar muito dinheiro por criptomoedas ou NFTs a partir da metade de 2021, é o Mir4. Ele é um mmorpg da Wemade que tem vários servidores direcionados a todos os continentes, onde clãs tentam dominar o mapa para ter mais acesso aos recursos que podem ser transformados em criptomoeda.
Algumas pessoas até tiveram lucro com o jogo assim que lançado, mas isso aconteceu na maioria dos casos, com quem investiu muito para fortalecer seus personagens. O principal ponto que fez com que o jogo não se tornasse sustentável entre os jogadores, foi a grande quantidade de bots (robôs), que são controlados por computadores e desempenham funções repetitivas, visando o ganho de quem os configura. Com isso, eles captaram a maior parte dos recursos disponibilizados no jogo.
A produtora do Mir4 falhou muito nas tentativas de diminuir ou remover os bots, que são usados de forma ilegal. Em algumas atualizações com objetivo de removê-los, os maiores prejudicados foram os próprios jogadores. Além do que foi citado acima, nesse jogo acontece a venda de itens e melhorias com moedas fiduciárias pela produtora, que obtêm o lucro total dessas operações.
O mercado de jogos da Web 3.0 está apenas no início, por isso ainda podem aparecer muitos títulos com promessas incríveis, aproveitando o anseio das pessoas pelos benefícios dessa revolução, mas não que não se sustentam por muito tempo.
Redes Sociais convencionais
As redes sociais convencionais são um dos principais pontos de encontro entre as pessoas, onde seguidores, curtidas e comentários valem ouro para algumas pessoas. O problema é que os perfis das redes sociais tradicionais, apesar de serem criados por particulares, fazem parte de uma plataforma, a qual uma empresa é dona. Com isso, esses perfis correm o risco de serem bloqueados ou banidos a qualquer momento. Cada rede social criada por empresas tem seus próprios termos, caso eles sejam desrespeitados, o banimento é quase certo.
Nos últimos anos, principalmente em 2022, muitas pessoas reclamaram que tiveram seus perfis banidos sem que tivessem desrespeitado os termos. O banimento de uma conta que pode ser a principal fonte de renda de alguém ou que seja onde ele tem contato com as pessoas de seu círculo social, gera consequências drásticas. O não controle sobre os termos impostos pelas donas das redes sociais, que podem ser alterados a qualquer momento inclusive, causam bastante insegurança entre os usuários.
Por conta disso, muitos debates sobre a liberdade de expressão ganharam força em 2022 e fez crescer o embate sobre até onde as empresas donas de redes sociais podem interferir nas contas de seus usuários. Isso fez a possibilidade de popularização de redes sociais da Web3 ganharem mais visibilidade esse ano. As redes sociais descentralizadas, que não são de propriedade de empresas, são uma das principais ferramentas da revolução da internet.
Nelas, a regulação das atividades dos perfis não são filtradas por uma pessoa ou um pequeno grupo de pessoas, como acontece nas redes sociais administradas por empresas. Elas são disponibilizadas via blockchain, que é dividida em computadores por todo o mundo e as ações de seus usuários devem ser avaliadas por todos seus integrantes. Com isso, a decisão sobre o banimento de uma conta e se o conteúdo publicado por ela deve ou não removido cabe a todos os membros, onde prevalece a decisão da maioria.
Na teoria, isso traz mais poder de voz aos usuários, porém uma das maiores barreiras para popularização das redes sociais descentralizadas, é a efetividade desse controle e bloqueio de contas que propagam assuntos ilegais, violentos ou com desinformação. Por mais que a liberdade de expressão seja uma das premissas das redes sociais da Web3, elas não podem ser uma terra sem lei.
Outro ponto muito relevante nas redes sociais da Web3, é que os anúncios pagos existentes nas redes sociais tradicionais seriam totalmente remodelados. Isso porque esses anúncios pagos, como vemos no Instagram, revertem lucro apenas para a Meta, que é sua dona. A monetização nas redes sociais da Web 3.0 com anúncios devem ser via criptoativos, e os perfis que quiserem isso, farão isso sem interferência de empresas proprietárias.
Um dos exemplos de rede social convencional descentralizada com maior adesão, é a Mastodon, que tem funcionamento semelhante ao Twitter.
DeFi
As DeFis, finanças descentralizadas, são um dos principais responsáveis pelo bom funcionamento da Web3. Hospedadas em blockchain, elas gerenciam operações financeiras, porém sem intermédio de bancos tradicionais.
Por elas é possível converter moedas fiduciárias e commodities em tokens, permitindo às pessoas que vivem em países com alta taxa de juros, investirem em mercados de outros países sem intermédio das instituições financeiras de onde vivem, além de ser possível fazer e receber transferências de forma também independente.
Um dos maiores exemplos que possibilitam a conversão de ativos em tokens, é a Synthetix, que usa a Chainlink para conversão.
Sou apaixonado pela tecnologia e acompanho de perto as grandes transformações dos computadores, smartphones e demais aparelhos inteligentes. Por isso, estou sempre atrás das novidades na área, especialmente sobre produtos. Aqui no TeorTech, uni essa paixão com meu gosto por escrever, também alimentado pelos quase 15 anos de experiência em criação de sites, para ajudar os visitantes na descoberta tecnológica.
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