A falência do Silicon Valley Bank (SVB) na sexta-feira (10/03) é considerada como o maior colapso de uma instituição de crédito desde a crise financeira de 2008.
A instituição era conhecida por ser uma ótima fonte de financiamento para startups de tecnologia, onde muitas buscavam investimento para ampliar suas operações. A recente fase crescente no setor fez com que o banco praticamente quadruplicasse de tamanho nos últimos cinco anos, sendo avaliado em cerca de US$ 40 bilhões em 2022.
A crise veio a público pouco após a a SVB Financial Group anunciar que iria tentar conseguir mais de 2 bilhões de dólares por justamente perder clientes. A base de clientes do SVB era enorme, e após esse anúncio, muitos deles, até os mais antigos, começaram a sacar seus recursos em massa do banco.
Entre os clientes que ainda estavam ativos, está a Founders Fund, de Peter Thiel, que junto de outras investidoras em capital de risco indicaram para que as empresas de seu portfólio sacassem o dinheiro do banco antes do colapso.
Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC) alertou sobre colapso financeiro no início da semana
Segundo o Bloomberg, na segunda-feira (06/03), o Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC) participou de uma reunição com banqueiros em Washington, capital dos Estados Unidos, e alertou sobre um risco de US$ 620 bilhões no sistema financeiro dos EUA.
No meio dessa semana o risco de colapso já era iminente, segundo os reguladores da Califórnia. Por esse motivo eles tomaram o controle do SVB na sexta-feira (10/03), pararam as operações de investimentos e nomearam o Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC) como administrador do banco.
Dias antes do SVB colapsar, o Silvergate Capital Corp., que trabalhava com serviços de criptomoedas nos últimos anos de operação, faliu. A quebra do Silvergate tem como causa apontada por analistas o fato de ter investido quase que exclusivamente nas criptomoedas, sendo um dos maiores players do mercado na última década. Esse alto e quase exclusivo investimento no mundo cripto, fez com que o banco tivesse que recorrer aos seguros de bancos tradicionais para suprir possíveis perdas.
“Os problemas do Silvergate com os riscos bancários tradicionais – falta de diversificação, prazos não seguidos entre ativos e passivos – são até maiores do que os associados aos criptoativos”, disse Sheila Bair, que chefiou o FDIC durante a crise financeira global.
O debate atual no sistema financeiro dos EUA e até global, é se os órgãos reguladores do país tomaram as atitudes necessárias para diminuir as consequências do colapso, visto que eles notaram que ele estava prestes a ocorrer.
Silicon Valley Bank e Silvergate Capital Corp. iniciaram operações nos anos 1980
O Silicon Valley Bank esteve em operação de 1983 até 2023 e era muito maior do que o Silvergate Capital Corp., que esteve em operação de 1988 até 2023. A falência do SVB deixou vários investidores sem saber se irão reaver o capital investido no banco.
Segundo o FDIC, os depositantes que possuem seguro terão seus fundos reavidos até segunda-feira (13/03) de manhã. Já quem não possui seguro, irá receber um certificado de liquidação com o valor dos fundos, segundo o regulador.
“A liquidação pelo FDIC acabará com a incerteza sobre esse banco em particular” , “Mas não acho que isso necessariamente impeça as pessoas de se sentirem menos seguras se tiverem algum tipo de exposição a ativos ou se mantiverem seu próprio dinheiro em bancos com perfis de risco semelhantes”, disse Saule Omarova, professor de direito da Cornell University.
O fato do SVB e o Silvergate terem uma ótima reputação e existirem há décadas pode ter feito os órgãos regulatórios não dar tanta atenção para a crise. Dia 1º de março, o Silvergate demonstrou que não estava com a saúde financeira boa, pois relatou que teve perdas crescentes. No mesmo dia, o SVB avisou que iria buscar meios de aumentar seu balanço.
“Com o Silvergate, houve um certo ponto cego regulatório” , “Como eles diminuíram no meio da semana, todos ficaram um pouco assustados, pensando que isso iria acontecer com outros com incompatibilidades de financiamento semelhantes.”, disse Keith Noreika, que atuou como controlador interino da moeda em 2017 nos Estados Unidos.
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