A empresa Starlink está presente em 90% das cidades da Amazônia, sendo essa região o principal mercado brasileiro da empresa de internet via satélite de Elon Musk.
Como é de se imaginar, a maioria dos clientes na Amazônia estão em áreas onde a qualidade dos serviços cabeados é muito baixa ou até mesmo inexistente. Esse fato demonstra o principal papel da empresa, que é proporcionar o acesso à internet em regiões onde a distribuição via cabos é inviável ou pouco presente.
A Starlink estreou na Amazônia em setembro do ano passado e hoje lidera com folga a distribuição de internet via satélite na região. Segundo a BBC, dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) demonstram que a Starlink já tem clientes em 697 dos 772 municípios da Amazônia legal.
A internet de qualidade nessa região, além de proporcionar a navegação na internet de forma convencional, tornou viável o uso de opções para transações financeiras como os cartões e o Pix.
Presença da Starlink depende de milhares de satélites
Os serviços de distribuição da Starlink pelo globo, inclusive em áreas remotas, depende de grande número de satélites na órbita baixa da Terra (abaixo de 2 mil quilômetros da superfície da Terra) que se comunicam com estações na superfície.
Os lançamentos desses equipamentos pela empresa iniciaram em 2019, e desde então eles são recorrentes. Cada lançamento leva dezenas de satélites, onde a empresa já possui atualmente mais de 5 mil deles operando na órbita baixa da Terra, o que resulta em mais de 50% dos satélites ativos.
Os números não param por aí, a Starlink já tem autorização para manter 12 mil satélites ativos, porém um novo pedido para enviar mais 30 mil, o que totaliza 42 mil, foi feito pela empresa.
Satélites influenciam a luminosidade do céu noturno
Apesar dos benefícios advindos do acesso à internet de qualidade em todo o globo proporcionado pela Starlink, ter muitos aparelhos flutuando sobre a Terra tem seus malefícios. Esse assunto é recorrentemente discutido entre os especialistas em segurança aeroespacial e da saúde ambiental da Terra.
A estrutura dos satélites é reflexiva, e isso aumenta a luminosidade do fundo do céu noturno. Por isso várias áreas são alteradas, como a observação astronômica e até a vida animal, pois animais com hábitos noturnos utilizam a luminosidade natural do céu para se orientarem.
Esse ponto foi intensamente discutido recentemente com a atuação do gigante BlueWalker 3, satélite de nova geração lançado pela AST SpaceMobile em setembro de 2022. Apesar de não serem tão grandes quanto o último citado, os satélites da Starlink tem tamanho aproximado de um carro de passeio achatado, e seu grande número poderá influenciar a luminosidade natural do céu noturno.
Ter muitos satélites atrapalha missões espaciais e aumenta o lixo espacial
O grande aumento no número de satélites em órbita terá um grande impacto em missões espaciais, pois será necessário mais cautela e programação para o lançamento de espaçonaves por conta do risco de impacto com satélites ou resto deles.
Outro ponto importante, é a preocupação quanto o aumento do lixo espacial na estratosfera. Satélites são um dos principais responsáveis pelo lixo espacial, seja por aparelhos inativos ou em detritos por conta de impactos com restos de outros equipamentos e rochas espaciais. Segundo dados captados por aviões da NASA, os detritos artificias na estratosfera podem afetar o clima da Terra.
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