A empresa Virgin Galact realizou com sucesso seu primeiro voo espacial comercial na quinta-feira (29/06), ao ir e retornar com quatro passageiros para o espaço suborbital. O veículo utilizado foi seu avião espacial suborbital VSS Unity.
Imagem: Virgin Galact
O voo saiu do Spaceport America, localizado no Novo México, às 11:30 da manhã, no horário de Brasília, e chegou ao espaço suborbital após aproximadamente 58 minutos. O avião espacial voou por alguns minutos em seu objetivo, onde alcançou a altitude de 85,1 quilômetros de altura, até que retornou ao Spaceport America às 12:42.
“Que belo pouso e uma maneira perfeita de concluir nosso primeiro voo comercial e nossa primeira missão científica dedicada. Parabéns a todos a bordo.”, disse Sirisha Bandla, da Virgin Galactic, assim que aconteceu o pouso.
Primeiro passo para o voo comercial abrangente
A Virgin Galact foi fundada em 2004 pelo britânico Richard Branson, e desde o início sua missão é levar clientes pagantes para o espaço em voos comerciais. Essa possibilidade ficou mais próxima da realidade em 2004, quando o primeiro veículo espacial da empresa, o SpaceShipOne, ganhou US$ 10 milhões no prêmio Ansari X em 2004 ao atingir o espaço suborbital duas vezes em menos de sete dias.
A empresa sempre usou o lançamento aéreo, onde o avião espacial suborbital é levado até 15 mil metros de altura pelo porta-aviões VMS Eve, quando então ele se desprende e faz seu próprio caminho. Essa viagem possibilita aos ocupantes observarem a Terra sob a imensa escuridão do espaço por alguns minutos, e o tempo da decolagem até o pouso é de 70 até 90 minutos.
O caminho para desenvolvimento e acerto do mais recente veículo da Virgin Galact foi longo. A primeira vez que o SpaceShipTwo, batizado de batizado de VSS Unity e que comporta até seis passageiros e dois pilotos, atingiu o espaço suborbital em teste, foi em dezembro de 2018.
Após isso, os próximos testes foram concluídos em fevereiro de 2019, maio de 2021 e julho de 2021, onde Branson, o fundador da empresa, foi entre os ocupantes.
Primeiro voo comercial da Virgin Galact foi uma missão internacional
O primeiro voo comercial da Virgin Galact, Galactic 01, foi uma missão internacional. Os clientes foram a Força Aérea Italiana e o Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, que reservaram o voo espacial suborbital em 2019.
Os passageiros foram Walter Villadei, que é coronel da Força Aérea da Itália; Angelo Landolfi, que é tenente-coronel; e Pantaleone Carlucci, coordenador de projetos estratégicos das plataformas estratosféricas e de lançamento aéreo do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália.
O objetivo dos contratantes era fazer análises sobre diversas variações submetidas pelo voo espacial. Villadei usou um traje de dados biométricos para monitorar a resposta de seu corpo na microgravidade e Carlucci usou vários sensores corporais para monitorar as respostas de seu corpo durante o voo. Já Landolfi, que é médico formado em cirurgia em voo, fez experimentos onde misturou líquidos e sólidos na microgravidade, analisou sua reação cognitiva durante o voo e mais.
Houve um quarto passageiro na cabine do VSS Unity, o instutor astronauta Colin Bennett, da Virgin Galact. Seu papel foi avaliar a experiência de voo dos contratantes para aprimorar os serviços da empresa. Esse não é o primeiro voo espacial de Bennett, ele esteve presente entre os ocupantes do voo em que Branson fez na missão teste em julho de 2021.
O comandante do Galactic 01 foi Mike Masucci e o piloto foi Nicola Pecile. Já Kelly Latimer e Jameel Janua voaram no porta-aviões VMS Eve.
A empresa informa que centenas de pessoas já reservaram uma viagem no SpaceShipTwo, pelo preço atual de US$ 450 mil (R$ 2,16 milhões em conversão direta hoje, 30/06). A empresa diz que planeja levá-las ao espaço o mais breve possível e com segurança.
O segundo voo comercial, Galact 02, está programado para o início de agosto. A partir desse segundo voo, a Virgin Galaxy planeja ter voos mensais inicialmente, e semanalmente quando a nova espaçonave já em construção estiver pronta.
Já para 2026 os planos são bem mais avançados, onde a partir de então a empresa planeja suportar voos espaciais diários e de vários locais do mundo.
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